Placebo é como se denomina um medicamento ou procedimento inerte,
cujos efeitos terapêuticos ocorrem devido às crenças e expectativas do
paciente de que está sendo tratado. O seu efeito é muito estudado pela
medicina, pois ele é real e pode mesmo trazer benefícios ao paciente.
Alguns desses estudos trazem conclusões interessantes. Por exemplo, a
eficácia de um medicamento pode se alterar com o tempo devido a uma
mudança de expectativa com relação a esse medicamento. Ou a própria cor
da pílula pode significativamente alterar seu efeito. Até mesmo o preço
cobrado pelo medicamento pode torná-lo mais eficaz. Recentemente
verificou-se que o cérebro é realmente “enganado” pela crença no efeito
do placebo.
Tanto em marketing quanto em medicina, a percepção pode ser tudo. Um
preço maior pode criar a impressão de maior valor, assim como uma pílula
de placebo pode reduzir a dor. O interessante foi que os pesquisadores
combinaram os dois efeitos, ou seja, eles descobriram que um placebo de
$ 2,50 funciona melhor que um que custa $ 0,10.
Nesse estudo,
os pesquisadores descobriram que ambas as pílulas tinham um grande
efeito placebo, com 85% dos que tomaram as pílulas caras relatando
redução significativa de dor, comparado a 61% dos que tomaram as pílulas
baratas.
Essa descoberta pode explicar a popularidade de alguns medicamentos
caros no lugar de alternativas mais baratas, ou também o relato de
pacientes de que medicamentos genéricos são menos eficazes do que os de
marca, mesmo que seus ingredientes sejam idênticos.
Em 2005, um estudo
analisou uma série de pesquisas publicadas entre 1974 e 1998
relacionadas ao tratamento de úlcera e descobriu que os medicamentos
podem interagir de forma não esperada: culturalmente, ao invés de
farmacologicamente. A Cimetidina foi um dos primeiros medicamentos
contra a úlcera e, quando ainda era novidade, ele eliminava em média 80%
das úlceras. Mas com o passar do tempo, sua eficácia caiu para 50%.
Ao analisar essa queda de eficácia na linha do tempo, os
pesquisadores descobriram que ela ocorreu particularmente após a
introdução da Ranitidina em 1981, um medicamento novo e supostamente
melhor. Uma das possíveis explicações foi de que o medicamento tornou-se
menos eficaz devido a uma deterioração na crença sobre sua eficácia
médica, ou seja, um efeito placebo às avessas.
Até a cor de um placebo pode influenciar seu efeito. Em testes
realizados há décadas, quando administradas sem informação sobre se
eram estimulantes ou depressivos, pílulas de placebo azuis produzem
efeitos depressivos, enquanto as vermelhas induzem efeitos estimulantes.
Pacientes com insônia
relatam pegar no sono muito mais rápido e dormir mais depois de tomar
uma cápsula azul ao invés da laranja. Ou, quem diria, os placebos
vermelhos são mais eficazes em aliviar a dor do que os brancos, azuis ou verdes.
Um estudo recente
demonstrou que uma pílula de placebo, feita para se parecer com um
medicamento para depressão, pode “enganar” o cérebro a responder da
mesma forma que ao medicamento real. Porém, foi observado que podem
ocorrer diferenças muito grandes na força do seu efeito, dependendo do
uso prévio de antidepressivos pelo paciente.
Analisando a atividade cerebral, os pesquisadores puderam verificar a
reação do cérebro às pílulas de placebo. Pacientes que nunca haviam
sido tratados com antidepressivos apresentaram grandes aumentos de
atividade cerebral numa região associada à depressão. Porém, aqueles que
já haviam utilizado antidepressivos no passado apresentaram uma pequena
redução de atividade cerebral, uma mudança idêntica à produzida pelo
medicamento real. É como que se o cérebro se lembrasse do efeito do
medicamento e reproduzisse seu efeito.
Infelizmente o efeito placebo não pode ser utilizado para tudo. Se
você quer ter um corpo em forma, não há pílula de placebo que substitua o
exercício físico. O mesmo vale se você quer ter um cérebro em forma.
Não basta acreditar que ele pode melhorar, você tem que estimulá-lo e o Cérebro Melhor pode ajudá-lo com seu programa de ginástica para o cérebro através de jogos online.
Publicado por Cérebro Melhor em 10/05/12
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