10/05/2012

O efeito placebo e o cérebro

Placebo é como se denomina um medicamento ou procedimento inerte, cujos efeitos terapêuticos ocorrem devido às crenças e expectativas do paciente de que está sendo tratado. O seu efeito é muito estudado pela medicina, pois ele é real e pode mesmo trazer benefícios ao paciente.
Alguns desses estudos trazem conclusões interessantes. Por exemplo, a eficácia de um medicamento pode se alterar com o tempo devido a uma mudança de expectativa com relação a esse medicamento. Ou a própria cor da pílula pode significativamente alterar seu efeito. Até mesmo o preço cobrado pelo medicamento pode torná-lo mais eficaz. Recentemente verificou-se que o cérebro é realmente “enganado” pela crença no efeito do placebo.
Tanto em marketing quanto em medicina, a percepção pode ser tudo. Um preço maior pode criar a impressão de maior valor, assim como uma pílula de placebo pode reduzir a dor. O interessante foi que os pesquisadores combinaram os dois efeitos, ou seja, eles descobriram que um placebo de    $ 2,50 funciona melhor que um que custa $ 0,10.
Nesse estudo, os pesquisadores descobriram que ambas as pílulas tinham um grande efeito placebo, com 85% dos que tomaram as pílulas caras relatando redução significativa de dor, comparado a 61% dos que tomaram as pílulas baratas.
Essa descoberta pode explicar a popularidade de alguns medicamentos caros no lugar de alternativas mais baratas, ou também o relato de pacientes de que medicamentos genéricos são menos eficazes do que os de marca, mesmo que seus ingredientes sejam idênticos.
Em 2005, um estudo analisou uma série de pesquisas publicadas entre 1974 e 1998 relacionadas ao tratamento de úlcera e descobriu que os medicamentos podem interagir de forma não esperada: culturalmente, ao invés de farmacologicamente. A Cimetidina foi um dos primeiros medicamentos contra a úlcera e, quando ainda era novidade, ele eliminava em média 80% das úlceras. Mas com o passar do tempo, sua eficácia caiu para 50%.
Ao analisar essa queda de eficácia na linha do tempo, os pesquisadores descobriram que ela ocorreu particularmente após a introdução da Ranitidina em 1981, um medicamento novo e supostamente melhor. Uma das possíveis explicações foi de que o medicamento tornou-se menos eficaz devido a uma deterioração na crença sobre sua eficácia médica, ou seja, um efeito placebo às avessas.
Até a cor de um placebo pode influenciar seu efeito. Em testes realizados há décadas, quando administradas sem informação sobre se eram estimulantes ou depressivos, pílulas de placebo azuis produzem efeitos depressivos, enquanto as vermelhas induzem efeitos estimulantes. Pacientes com insônia relatam pegar no sono muito mais rápido e dormir mais depois de tomar uma cápsula azul ao invés da laranja. Ou, quem diria, os placebos vermelhos são mais eficazes em aliviar a dor do que os brancos, azuis ou verdes.
Um estudo recente demonstrou que uma pílula de placebo, feita para se parecer com um medicamento para depressão, pode “enganar” o cérebro a responder da mesma forma que ao medicamento real. Porém, foi observado que podem ocorrer diferenças muito grandes na força do seu efeito, dependendo do uso prévio de antidepressivos pelo paciente.
Analisando a atividade cerebral, os pesquisadores puderam verificar a reação do cérebro às pílulas de placebo. Pacientes que nunca haviam sido tratados com antidepressivos apresentaram grandes aumentos de atividade cerebral numa região associada à depressão. Porém, aqueles que já haviam utilizado antidepressivos no passado apresentaram uma pequena redução de atividade cerebral, uma mudança idêntica à produzida pelo medicamento real. É como que se o cérebro se lembrasse do efeito do medicamento e reproduzisse seu efeito.
Infelizmente o efeito placebo não pode ser utilizado para tudo. Se você quer ter um corpo em forma, não há pílula de placebo que substitua o exercício físico. O mesmo vale se você quer ter um cérebro em forma. Não basta acreditar que ele pode melhorar, você tem que estimulá-lo e o Cérebro Melhor pode ajudá-lo com seu programa de ginástica para o cérebro através de jogos online.


Publicado por Cérebro Melhor em  10/05/12

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