23/08/2011

Pais com dificuldades psicológicas decorrentes de traumas não tratados prejudicam desenvolvimento dos filhos, netos e bisnetos

 
Algumas pessoas carregam sequelas da infância e adolescência e só conseguem superar o trauma na idade adulta, interrompendo o ciclo do sofrimento aos descendentes
Os traumas psicológicos podem acometer qualquer pessoa, de crianças a adultos, podendo gerar prejuízos severos a qualidade de vida quando não identificados e tratados a tempo. Quando não há tratamento, os traumas atingem não só quem sofreu o evento doloroso, mas também os mais próximos. Pais com transtornos psicológicos decorrentes de traumas podem replicar o trauma na relação com seus filhos estendendo os prejuízos por várias gerações. Os chamados pais tóxicos, que agridem física e psicologicamente, tal como foram agredidos anteriormente, causam sequelas que podem se arrastar por toda a vida de seus filhos, netos e bisnetos.

Mesmo quando os pais alternam atitudes carinhosas e agressivas, o reflexo no desenvolvimento dos filhos ainda é negativo e as consequências dos comportamentos de duplo vínculo são agressividade, dificuldade de aprendizado, rebeldia, timidez e um enorme sentimento de culpa, afirma o psicólogo clínico e doutor em Neurociência e Comportamento pela USP, Julio Peres. Por isso, as sequelas das humilhações e dos maus-tratos precisam ser tratadas para que a criança, o adolescente ou mesmo esse adulto possam ter uma vida mais saudável.

Segundo o psicólogo, muitas crianças crescem em ambientes desestruturados e acabam se afastando dos pais para poderem sobreviver. Como exemplo, uma paciente trouxe a psicoterapia o tema culpa por ter sobrevivido e ao longo do processo conseguiu superar o trauma dos maus tratos de sua mãe interrompendo a herança de sofrimento que migrava de geração para geração. Uma de suas irmãs cometeu suicídio e outra irmã, também sem buscar tratamento especializado, repetiu o mesmo padrão de maus tratos com os sobrinhos, vítimas dos mesmos traumas da mãe e da avó, conta Julio Peres. Os traumas psicológicos podem acometer qualquer pessoa, de crianças a adultos, podendo gerar prejuízos severos a qualidade de vida quando não identificados e tratados a tempo. Quando não há tratamento, os traumas atingem não só quem sofreu o evento doloroso, mas também os mais próximos.

Pais com transtornos psicológicos decorrentes de traumas podem replicar o trauma na relação com seus filhos estendendo os prejuízos por várias gerações. Os chamados pais tóxicos, que agridem física e psicologicamente, tal como foram agredidos anteriormente, causam sequelas que podem se arrastar por toda a vida de seus filhos, netos e bisnetos.

Mesmo quando os pais alternam atitudes carinhosas e agressivas, o reflexo no desenvolvimento dos filhos ainda é negativo e as consequências dos comportamentos de duplo vínculo são agressividade, dificuldade de aprendizado, rebeldia, timidez e um enorme sentimento de culpa, afirma o psicólogo clínico e doutor em Neurociência e Comportamento pela USP, Julio Peres. Por isso, as sequelas das humilhações e dos maus-tratos precisam ser tratadas para que a criança, o adolescente ou mesmo esse adulto possam ter uma vida mais saudável.

Segundo o psicólogo, muitas crianças crescem em ambientes desestruturados e acabam se afastando dos pais para poderem sobreviver. Como exemplo, uma paciente trouxe a psicoterapia o tema culpa por ter sobrevivido e ao longo do processo conseguiu superar o trauma dos maus tratos de sua mãe interrompendo a herança de sofrimento que migrava de geração para geração. Uma de suas irmãs cometeu suicídio e outra irmã, também sem buscar tratamento especializado, repetiu o mesmo padrão de maus tratos com os sobrinhos, vítimas dos mesmos traumas da mãe e da avó, conta Julio Peres.

Experiências traumáticas podem criar oportunidades de crescimento pessoal através da introdução de novos valores e perspectivas para a vida. As psicoterapias atuais enfatizam as estratégias de superação utilizadas naturalmente por indivíduos resilientes (com a capacidade de atravessar situações traumáticas e voltar a qualidade de vida satisfatória).

Para quem chegou à vida adulta traumatizado, a psicoterapia é um caminho para libertação do sofrimento e da continuidade transgeracional do mesmo. Revisitar memórias traumáticas pode ter benefícios terapêuticos, desde que um processo adequado de reestruturação cognitiva seja empregado, conforme temos mostrado em nossos estudos com neuroimagem. A história precisa ser contada e recontada de maneira a construir uma aliança de aprendizado e superação, ressalta Julio Peres.

Experiências traumáticas podem criar oportunidades de crescimento pessoal através da introdução de novos valores e perspectivas para a vida. As psicoterapias atuais enfatizam as estratégias de superação utilizadas naturalmente por indivíduos resilientes (com a capacidade de atravessar situações traumáticas e voltar a qualidade de vida satisfatória).

Para quem chegou à vida adulta traumatizado, a psicoterapia é um caminho para libertação do sofrimento e da continuidade transgeracional do mesmo. Revisitar memórias traumáticas pode ter benefícios terapêuticos, desde que um processo adequado de reestruturação cognitiva seja empregado, conforme temos mostrado em nossos estudos com neuroimagem. A história precisa ser contada e recontada de maneira a construir uma aliança de aprendizado e superação, ressalta Julio Peres.

Por: Correio Braziliense em 23/08/2011.

https://www.facebook.com/sanidaybsb?ref=hl

4 comentários:

  1. Oi Sany! Passei por aqui e compartilhei esse post na minha rede também! Magicordialmente, André!

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  2. Oi André, obrigada pela visita e pelo compartilhamento!
    Aceito sugestões de portagens.
    Como um colega de profissão, que tal sugerir um assunto?

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  3. É muito difícil lidar com essa situação. Ter a sensação de que o maior inimigo é aquele que está próximo. Para amenizar o sofrimento é preciso todos os dias dialogar consigo mesmo, buscar um caminho mais neutro e confortável e aguardar. A maior mudança que podemos fazer é dentro de si, já que mudar ao próximo é impossível.

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  4. Boa noite. Sou Antonio Vinicius, tenho 35 anos e ao ler este artigo e fazendo uma alto analise, me identifiquei com o tema. Vivo perguntando-me, porque minha mãe faz isso comigo? Como o texto mesmo diz, posso retransmitir isso para minha filha e não quero isso. Quero que minha filha tenha orgulho de mim. Para isso, mencionam que existem tratamentos. Se possível, gostaria de uma diretriz para que possa me tratar. Vinicius@h3a.com.br

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